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Você sabe de onde vem o sal rosa?

Muito falado nos últimos tempos, há quem diga que o sal rosa tem propriedades minerais especiais e é uma melhor opção para a saúde. Mas será que isso é verdade? A grande maioria não sabe sobre sua real origem. Descubra um pouco mais no texto de hoje!

O mineral Halita

 

Halita (NaCl), um mineral da classe dos Haletos, pertencente ao sistema cristalino isométrico, responsável por seu hábito cúbico.

É da Halita (NaCl), que se obtém o sal rosa! Isto é, trata-se de um mineral, de origem sedimentar, da classe dos haletos. Que apresenta traços de iodo, bromo, ferro, flúor, silício e outros elementos, em sua composição. O cloreto de sódio (NaCl) representa mais de 95% de sua composição, caracterizando um sal muito puro. Os outros 5% são constituído por óxido de ferro, o que normalmente proporciona a cor rosa característica. E ainda, ocorrem em menores quantidades, os elementos enxofre, cálcio, potássio, magnésio, ferro e zinco. Embora seja conhecido mundialmente por sua cor rosa, apresenta cristais brancos, além de variados tons rosados e vermelhos.

Usos da halita (sal)

 

Sal grosso branco, de mesa. Geralmente o cloreto de sódio (NaCl) é tratado para o consumo.

Além do universal uso culinário, o sal é importante matéria-prima na indústria química. Para a produção de hidróxido de sódio (soda cáustica), cloro, ácido clorídrico, plásticos como o PVC, além de outros produtos. É ainda utilizado extensivamente em seu estado natural, em fertilizantes, para curtir couro, para complementação alimentar na pecuária, conservação de alimentos e manejo do gelo em países de clima frio. Pelo fato de baixar a temperatura de derretimento da neve e, assim, acelerar o descongelamento de estradas e espaços públicos.

“Do Himalaia”?

 

Mina de Khewra, no Paquistão.

Quando falamos em Himalaia, instintivamente associamos a região ao monte Everest. No entanto, a cordilheira do Himalaia se estende por toda a Ásia passando pela China, Nepal, Mianmar, Paquistão, Butão, Afeganistão e Índia. A maior exploração deste sal está concentrada em Khewra, no Paquistão. Onde estão as minas de sal mais antigas do mundo.

Geólogos estimam que a região que abriga as minas teria se formado cerca de 800 milhões de anos atrás. Isso quer dizer, um depósito de idade pré-cambriana, tão antigo quanto as primeiras formas multicelulares de vida. A origem estaria nos movimentos de placas tectônicas que formou uma cordilheira. A qual, aprisionou um mar interior raso, que foi lentamente desidratado e enterrado no fundo da terra. Formando depósitos de sais marinhos, densos e ricos em minerais. Ao longo de milhões de anos, o depósito ficou intacto enquanto as espécies animais e os seres humanos se desenvolveram ao seu redor.

Veja com mais detalhes aqui, a formação dos depósitos salinos, chamados de evaporitos pelo geocientistas!

A exploração

 

Os mineiros usam um método chamado “quarto-e-coluna”, para reduzir a necessidade de apoios externos. Este método, envolve cortar cerca de metade do sal e deixar o resto como pilares, para apoiar as muitas toneladas de materiais que exercem sobrecarga. Deixando o interior parecido com um labirinto rosado de sal maciço. Apesar das técnicas de mineração mais recentes, o sal ainda é trazido para fora da mina em vagões ferroviários, inseridos pelos britânicos no séc. 19.

A mina de sal Khewra é agora uma das minas mais produtivas do mundo e produz cerca de 400.000 toneladas de sal do Himalaia por ano. Parece muito, mas no entanto, não está perto de esgotar o potencial das jazidas. As estimativas sugerem que a mina poderia sustentar esse nível de produção por mais de 350 anos sem nenhum problema.

Benefícios para a saúde?

 

As especulações sobre o sal rosa, devido sua aparência e área fonte peculiar, elevam seu preço de mercado.

Devido sua origem, tem se tornado muito popular. O mercado vende o produto afirmando possuir propriedades capazes de melhorar a saúde física e mental das pessoas. O elevados teores em magnésio, potássio, cálcio e outros elementos seriam capazes de proporcionar uma alimentação mais saudável. Nas clínicas estéticas, tratamentos “detox” são oferecidos utilizando-se luminárias feitas de sal.

Comparativamente, existem estudos que de fato comprovam que os teores minerais são mais elevados no sal rosa que no sal refinado comum. Chegam a ser 300% superiores para o cálcio e mais de 7400% superiores para o magnésio. No entanto, os valores para o “grande vilão”, o sódio, são semelhantes em praticamente todos os tipos de sais.

Dentro do consumo de sal recomendado em valores diários numa alimentação saudável, esse enriquecimento do sal rosa não é capaz de fazer diferenças significativas. A concentração destes elementos é irrelevante quando comparado ao que nosso corpo precisa.

Apesar de inúmeros estudos procurando provar os benefícios do sal rosa, como fortalecimento dos ossos e regulação da pressão arterial. Nada foi comprovado além de ser mais bonito e mais caro que o sal refinado.

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