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O que você precisa saber sobre a geologia regional de Diamantina!

 

O estado de Minas Gerais é composto por diversas cidades históricas, que trouxeram diversas características culturais para a sociedade atual, como artes, música, culinária e a mineração. A maior fonte de renda das pessoas nos últimos três séculos foi proporcionada pela extração mineral, e em Diamantina, cidade que o texto aborda, a atividade mineradora essencial para o desenvolvimento da região foi o garimpo de diamantes. Aqui, você vai entender o que precisa saber sobre a geologia regional de Diamantina!

O nome do mineral deu origem ao nome da cidade, visto que a primeira vez em que um diamante foi encontrado no Brasil, em 1714, foi nessa localização, de constituição geológica incrível, que propiciou a extração do bem de maior valia financeira mundial, muito raro e muito bonito.

Contexto Geológico de Diamantina

Os afloramentos rochosos de Diamantina, que permitem os estudos petrográfico e petrológico, são localizados em diversas áreas rurais e cortes de estrada no município e suas vilas, sendo essas rochas pertencentes ao Supergrupo Espinhaço, que será melhor abordado ao longo do texto.

Dessa forma, considerando a geologia regional de Diamantina, a litologia principal, e que nos interessa para o estudo dos diamantes, são conglomerados. São caracterizados como rochas sedimentares compostas por clastos maiores que a matriz que os envolve, onde há os sítios denominados de Sopa, um tipo de unidade geológica que faz referência, de fato, a uma sopa, e que se destaca no contexto geológico.

Mapa geológico do campo diamantífero, conforme Rodrigues da Silva, 2010.

Nos locais onde há tais conglomerados, diamantes foram descobertos e então começou a corrida em busca do mineral, caracterizado como máxima dureza na escala de Mohs, e extremamente raro. O diamante, de fórmula mineral C, ou seja, puro carbono, se forma quando há depósitos de grafita, de mesma composição, e passa por situações de altas pressões e temperaturas, que modificam sua estrutura interna. Em algum momento geológico, as câmaras de formação dos conglomerados podem ascender e trazer esse material. A erosão atua normalmente e os cristais de diamante se esvaem até chegar na sedimentação local, e, por isso, são encontrados em conglomerados posteriormente. O mineral apresenta clivagem perfeita e sistema cristalino isométrico.

Diamantes. Fonte: Museu do Diamante de Diamantina.

Supergrupo Espinhaço

A estratigrafia local indica uma sucessão sedimentar onde a deposição ocorreu na bacia do Espinhaço. A fase indica pré-rift com sucessão clástica, cobrindo o embasamento ígneo em não conformidade. A progressão ocorreu em fase rift.

Sendo assim, a Serra do Espinhaço, componente de relevo associada ao Supergrupo Espinhaço, é um complexo de rochas ígneas arqueanas. Após o embasamento, acima na estratigrafia, ocorreu sedimentação de arenitos e pelitos (que futuramente passaram por metamorfismo de baixo grau) e ocorreram ascensões magmáticas vulcânicas no Proterozoico (que também foram metamorfizadas). Os processos de metamorfismo constituem a Faixa Móvel Araçuaí e foram do tipo dinamo-termal, de idade neoproterozoica.

As rochas ígneas do embasamento são caracterizadas como granitoides associados a migmatitos, onde houve uma cristalização inicial de granitos intrusivos Arqueanos, seguido de granodioritos e migmatitos. Essa base da bacia possui formação por magmatismo bimodal, pois eventos de cristalização vulcânica ocorreram ao mesmo tempo, como riolitos nas bordas e que apresentam idade 1,7Ga por datações de zircão. Esses eventos indicam a evolução do rift local. Esse complexo foi retrabalhado, e em seguida a sedimentação ocorreu, de idade mais jovem que 0,9Ga (a datação foi feita nos diques e soleiras que cortam as camadas sedimentares, indicando a idade máxima possível destas últimas). A sedimentação findou antes de ocorrerem eventos orogênicos, quando ocorreu inversão tectônica das bacias sedimentares adjacentes e se desenvolveu um sistema de cavalgamentos (Silva 2008, 2011).

Serra do Espinhaço. Fonte: EcoTurismo.

Formação Sopa-Brumadinho

Na base da estratigrafia dessa formação, há metarenitos, resultado do metamorfismo em arenitos com marcas de ondas do evento de sedimentação (ambiente marinho raso). Metalutitos vêm acima apresentando definitivas laminações. Mais acima na estratigrafia, outros metarenitos se intercalam com metaconglomerados e apresentam estratificações geralmente planas. Os metaconglomerados têm espessuras que chegam até 2 metros, e seixos muito bem arredondados, além de calhaus e blocos, de composição quartzosa ou ferruginosa. Geralmente essas rochas são clasto-suportadas, de matriz com até 10% argila e 30% areia, todos orientados para leste. Há truncamentos de diques já metamorfizados e presença constante de filitos com muita sericita.

Conglomerados Diamantíferos

A definição breve de conglomerado já foi dada antes, mas a fim de classificar e entender como são os conglomerados, é possível fazer uma descrição. Esta é feita a partir de seu arcabouço (se é suportado pelos clastos ou pela matriz, para relacionar com o ambiente de deposição sedimentar), seu tamanho, suas estruturas sedimentares presentes, a espessura da camada e  quais são os contatos litológicos de topo e base. Além disso, em relação aos clastos, é preciso entender seus formatos, suas áreas fontes, as composições litológicas e estudar se há orientação preferencial destes dentro do conglomerado. 

Esses conglomerados diamantíferos apresentam espessura de até 80m, com altos teores de diamante (geralmente de pesos médios). Tratam-se de rochas férteis nas unidades, que forma identificadas em diversos campos diamantíferos, como Sopa-Guinda, São João da Chapada, Datas e Extração (Chaves, 1997). Boa parte dos clastos dos conglomerados se apresentam em tamanho seixo ou calhau, sendo que muitos têm composição ferruginosa. Como explicado anteriormente, os diamantes possuem uma área fonte, e após a erosão (que não desfaz os cristais e nem os quebram, visto que a dureza é 10) e o transporte, chegam na sedimentação. Os clastos de formações ferríferas bandadas (BIF) podem indicar a área fonte desses diamantes, ou alguma área por onde a erosão também atuou, a ponte de gerar os conglomerados.

C
Conglomerado Sopa-Brumadinho. Foto de autoria própria.

 

 

Autor(a): Clarice Grossi 

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