A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM é uma empresa governamental brasileira, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, que tem as atribuições de Serviço Geológico do Brasil. Sua missão básica é “Gerar e disseminar conhecimento geocientífico com excelência, contribuindo para melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento sustentável do Brasil”.
Em seus diversos produtos oferecidos se destacam os mapas geológicos, hidrogeológicos e os de riscos; a avaliação de recursos minerais e análises químicas também são importantes trabalhos realizados pela CPRM, além dos levantamentos aerogeofísicos e terrestres. Nesse texto aprofundaremos em sua história, como atuam estrategicamente, seus inovadores sistemas geocientíficos e sua importância para o mercado atual.
História da CPRM
A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais foi constituída de acordo com o Decreto nº 764, de 15 de agosto de 1969. Como empresa de economia mista vinculada ao Ministério de Minerais e Energia, tem como missão estratégica organizar e sistematizar o conhecimento geológico brasileiro. A empresa implementa os planos do Ministério Nacional de Produtos Minerais-DNPM e do Ministério Nacional de Hidreletricidade e Energia-DNAEE, e comercializa serviços de perfuração e pesquisa mineral.
O difícil ambiente econômico, especialmente a partir da segunda metade da década de 1980, levou a profundas mudanças institucionais na vida da CPRM e, finalmente, a Lei nº 8.970 foi aprovada em 1994, que alterou o atual sistema jurídico das companhias abertas. Do ponto de vista da performance, esta data encerra o ciclo dos prestadores de serviços e dá início à própria era dos serviços geológicos.
A organização se concentra em geologia e hidrologia básicas e, ao mesmo tempo, desenvolve geologia ambiental, hidrogeologia e desastres geológicos e outros campos de aplicação. A atuação empresarial acabou, e a atuação das parcerias institucionais com outros órgãos da administração federal, estados e municípios foi fortalecida.
Atribuições: Atuação Estratégica
A CPRM possui diversas atribuições, para manter uma atuação estratégica nesse importante mercado, a seguir são algumas delas:
- Financiar a formulação de políticas geológicas minerais, participando do planejamento, coordenação e implantação dos serviços geológicos e hidrológicos em todo o território nacional sob responsabilidade da Aliança;
- Promover a descoberta e utilização dos recursos minerais e hídricos nacionais;
- Orientar, estimular e cooperar com entidades públicas ou privadas na realização de pesquisas e pesquisas voltadas ao desenvolvimento dos recursos minerais e hídricos nacionais;
- Elaborar sistemas de informações, cartas e mapas que traduzam o conhecimento geológico e hidrológico nacional, tornando-o acessível aos interessados;
Para que essas atribuições sejam correspondidas, o trabalho é dividido em algumas diretorias, são elas:
- DGM (Diretoria de Geologia e Recursos Minerais)
- DHT (Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial
- DIG (Diretoria de Infraestrutura Geocientífica)
- DAF (Diretoria de Administração e Finanças)
Sistemas Geocientíficos
Os Sistemas Geocientíficos são os métodos das ciências para o estudo da terra. Exemplificaremos os usados pela CPRM.
GEOSGB
O GeoSGB é um complexo sistema gerenciador, via WEB, que envolve uma dezena de bases de dados temáticas, aplicativos de consulta e inserção de dados, soluções de espacialização e visualização de informações em tempo real, opções variadas de baixa de arquivos, ferramentas de geoprocessamento e serviços WMS.
GEOSSIT – (Sistema de Cadastro e Quantificação de Geossítios e Sítios da Geodiversidade)
O presente aplicativo é destinado ao inventário, qualificação e avaliação quantitativa de Geossitios e de Sítios da Geodiversidade, em nível nacional e também em áreas envolvendo geoparques.
SIAGAS – (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas)
O SIAGAS é um sistema de informações de águas subterrâneas, desenvolvido pelo Serviço Geológico do Brasil – SGB, constituído por uma base de dados de poços permanentemente atualizada, e de módulos capazes de realizar consultas, pesquisas e extração e geração de relatórios.
RIMAS (REDE Integrada de Monitoramento das Águas Subterrâneas)
O Serviço Geológico do Brasil-CPRM, em consonância com suas atribuições estabelecidas na Lei nº 8.970 de 28/12/1994 e diante da necessidade de ampliação do conhecimento hidrogeológico para os principais aquíferos do país planejou e está atualmente planejando, coordenando e operando a rede integrada de monitoramento das águas subterrâneas.
Importância da CPRM
Como responsável pela execução do primeiro estágio da cadeia da indústria mineral, o Serviço Geológico do Brasil é o braço operacional do Governo Federal para cartografia geológica de todo o território nacional. Isso significa alcançar os rincões distantes da geografia nacional, incluindo as áreas remotas do país, mesmo em condições amazônicas.
Foi preciso superar adversidades naturais e contornar deficiências de infraestrutura rodoviária, com o uso de helicópteros, aviões monomotores, barcos de alumínio e pousadas rudimentares, conforme relembra o geólogo da CPRM Xafi da Silva Jorge João. “Desde a década de 70, a CPRM vem direcionando com prioridade as suas ações para a região Amazônica, uma das últimas fronteiras minerais do planeta a hospedar depósitos minerais de grandes volumes e altos teores, ou seja, depósitos de classe mundial. São essas condições amazônicas que marcam a CPRM como uma das instituições pioneiras no processo de integração territorial e cujas informações e conhecimentos gerados reforçam a soberania nacional”
Principais Projetos na atualidade
Nos últimos anos, a CPRM desenvolveu pesquisas em recursos minerais estratégicos como potássio, fosfato, grafita, lítio, cobalto, diamante e ETR, além de estudos sobre remineralizadores de solo a partir de rejeitos de mineração. O Brasil tem reservas desses minerais estratégicos e há possibilidade de novas descobertas de potencialidades minerais para reforçar seu papel de importante produtor mineral mundial.
Em relação a outros países, o Brasil se destaca pela grande geodiversidade. Se comparadas as áreas de escudos pré-cambrianos, que têm mais possibilidade de hospedar depósitos de metais, do Brasil com a Austrália e Canadá, se observa que o Brasil tem área semelhante à Austrália e o dobro do Canadá em extensão. Em 2013, o Canadá investiu 4,96 bilhões de dólares em pesquisa mineral, a Austrália, 2,96 bilhões e o Brasil apenas cerca de 645 milhões, isso representa menos de 12% do que o Canadá investiu, e mesmo com a metade da área do Brasil em Escudo, produziu três vezes mais.
Ou seja, com mais investimentos é possível alavancar o setor mineral brasileiro que faturou em 2017, US$ 32 bilhões. Deste total, US$ 19 bilhões pela exportação de minério de ferro. No total, 180 mil empregos diretos e 2 milhões de empregos indiretos, sendo dessa forma extremamente importante para o país, pois tem esse impacto em áreas essenciais da economia brasileira há mais de 50 anos.
Autor: Lucas Soares Bento
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