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Mineração Urbana: O tesouro escondido no lixo eletrônico

Várias placas vindas de materiais eletrônicos.
 

Diariamente, uma infinidade de aparelhos eletroeletrônicos – como computadores, impressoras, telefones celulares – são descartados. Mas esse lixo pode virar ouro, literalmente!
De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep, na sigla em inglês), o reaproveitamento de uma tonelada de celulares renderia: 3,5 kg de prata; 130 kg de cobre e 340 g de ouro. Isso acontece porque na fabricação de boa parte de equipamentos eletrônicos são utilizadas matérias-primas preciosas como ouro, prata, chumbo, paládio, cobre e alumínio, que podem ser reaproveitadas por meio da mineração urbana.

Celular desmontado mostrando do que os seus componentes são feitos.
Elementos químicos presentes nos componentes dos celulares. (Foto: www.blog.goo.ne.jp)

O que é mineração urbana?

A mineração urbana é a obtenção de matéria-prima metálica a partir do lixo eletrônico e da construção civil, transformando o que era descarte em novos produtos.
Isto é possível porque os equipamentos eletrônicos contém frações de vários materiais valiosos. A maioria destas substâncias está nas placas de circuito impresso (PCI). Pode parecer pouco, mas a quantidades de metais são significativas se considerarmos, por exemplo, que a concentração de ouro existente no PCI é superior a encontrada no minério de ouro bruto. Em cada tonelada de resíduo de PCI é possível extrair 17 gramas de ouro. Já na mineração de ouro a quantidade extraída varia de 0,4-12 gramas por tonelada de minério. Isto pode ser visto, por exemplo, na mina Morro do Ouro, em Paracatu-MG, que opera com um dos teores mais baixos do mundo, segundo a revista Brasil Mineral.

Homem abrindo um notebook, mostrando a placa e seus componentes.

Como extrair do lixo eletrônico?

Os materiais mais comuns considerados lixo eletroeletrônicos são: computadores, celulares, monitores, teclados, impressoras, câmeras fotográficas, aparelhos de som, TVs e fios. Porém, eletrodomésticos, telefones, carregadores, baterias, lâmpadas eletrônicas e pilhas também são. Algumas formas de extrair os metais deles são:

Mecânica

Na reciclagem mecânica ocorre a diminuição do tamanho do material e a fragmentação por britagem e moagem. Em seguida, os resíduos passam por peneiras, classificadores mecânicos e ciclones, que classificam os materiais por granulometria. Por fim, passam por uma separação por densidade magnética; processos que separa os fragmentos magnéticos (como Fe, Ni) dos não magnéticos. O não magnético passa por uma separação eletrostática, separando materiais condutores de corrente elétrica (por exemplo: Pb, Cu, Sn) dos não condutores (polímero e cerâmico).

Química

A reciclagem química se dá pelo processo de hidrometalurgia. Nela, os metais são extraídos através da lixiviação ou dissolução do material em meio aquoso. É utilizada a chamada água-régia (composta por 75% de ácido clorídrico e 25% de ácido nítrico) ou o ácido-sulfúrico para separar os materiais desejados, obtendo-se frações pesadas (metais) e frações leves (plásticos e cerâmicos).

Térmica

É utilizada a pirometalurgia, que consiste em converter os metais em diferentes estados de pureza ao passarem por altas temperaturas. O processo exige grande quantidade de energia para incinerar as placas e obter um metal concentrado, que segue para outro processo de separação: a eletrólise.

Eletrólise

É o processo que refina os metais na eletrometalurgia, a partir de reações de oxirredução não espontâneas. Nela, o metal que está no ânodo se dissolve sob forma de íons metálicos e depois é depositado no cátodo na forma pura. Dependendo do metal que deseja ser extraído deve se usar o eletrorrefino ou a eletro-obtenção.

Biometalurgia

É o processo que utiliza micro-organismos que interajam com minerais, recuperando metais a partir disto. Já é possível recuperar com esta prática: cobre, ouro e cobalto. Porém, é necessário que o metal esteja disposto de modo que os micro-organismos consigam “atacá-lo”.

Não é apenas Sucata

Separar a peça do equipamento para venda é mais rentável do que vender o equipamento bruto como sucata.
Um estudo da Universidade das Nações Unidas no Japão estima que a fabricação de equipamentos tecnológicos receba o equivalente a US$ 16 bilhões de ouro e US$ 5 bilhões de prata.

Porém, apenas 15% deste material é reaproveitado via reciclagem.
A proliferação de dispositivos eletrônicos e o curto período para que eles se tornem obsoletos geram milhões de toneladas de resíduos. O número de depósitos para lixo eletrônico cresce exponencialmente por ano.A reciclagem ainda é limitada, mas alguns analistas acreditam que exista neste setor uma grande oportunidade de negócios. Um estudo da empresa Frost & Sullivan destaca que a mineração urbana gerou US$ 1,42 bilhões em 2011. Acredita-se que segundo o relatório “Oportunidades globais no mercado dos serviços de reciclagem de lixo elétrico e equipamento eletrônico” – é que este mercado ultrapasse o valor de US$ 1,8 bilhões em 2018.

Compartimento contendo muitos computadores e outros lixos eletrônicos.

Autor: Mateus Carvalho

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