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Os Greenstone Belts e a mineração

 

Os greenstone belts, ou cinturões de rochas verdes, são associações de rochas responsáveis por depósitos de diversas substâncias. Dentre elas estão,por exemplo, ouro, prata, chumbo, cobre, níquel, cromo e zinco, que são usados em diversos setores. Esse nome é devido a tonalidade verde dada pela cor de alguns minerais que formam as rochas, como por exemplo o clorito, a olivina, a actinolita e anfibólios verdes.

Os greenstone belts

Os greenstone belts são sequências vulcanossedimentares de idade pré-cambriana. Essas sequências têm longos comprimentos, apesar de serem compostas por unidades de rochas individuais, além de possuírem geometrias variadas. Elas ocorrem em complexos granito-gnaisse, nas regiões de crátons dos Éons Arqueano e Proterozoico, onde Éon é a maior unidade de tempo geológico, em outras palavras, Éon significa um imensurável período de tempo.

Em alguns locais, foram encontrados greenstone belts datados do Fanerozoico – escala de tempo geológico que abrange os últimos 542 milhões de anos. Desse modo, pode-se dizer que esses complexos vulcânicos não requerem processos tectônicos especiais para se formarem. Mesmo assim, essas unidades geológicas guardam informações sobre eventos tectônicos e metamórficos, além de deformações e condições paleogeológicas do local.

Pillow Lava pré-cambriana do Greenstone Belt de Temagami, no Canadá. Foto por: Black Tusk (CC BY 3.0).

Como se formam os Greenstone Belts?

Nos complexos ditos acima, as rochas têm origem magmática, sendo máficas e ultramáficas, associadas a rochas sedimentares, de médio ou alto grau metamórfico, por exemplo. Máficos se refere a qualquer mineral, magma ou rocha ígnea que são ricos em elementos químicos pesados, nomeadamente compostos ferromagnesianos. sendo assim, quando a riqueza de ferro e magnésio é muito grande, os materiais são ditos como ultramáficos.  Essas rochas podem se formar em diversos ambientes vulcânicos submarinos e de expansão oceânica, como em arcos de ilha e hot spots.

Os cinturões de rochas verdes podem ser de dois tipos, segundo a resposta padrão da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral:

  • Um constituído por derrames ultramáficos komatiíticos na base, seguidos por menor participação de basaltos toleiíticos, sedimentos químicos (cherts e formações ferríferas) e terrígenos imaturos, geralmente vulcanogênicos;
  • Outro com predomínio de basaltos toleiíticos na base e raros derrames komatiíticos, seguidos por uma sucessão subordinada de lavas e piroclásticas cálcioalcalinas, intermediárias a félsicas, intercaladas e sobrepostas por sedimentos químicos (cherts e BIFs) e clásticos imaturos do tipo flysch.

Podem ocorrer mudanças na estrutura dos greenstones, que dependem da maturidade das placas tectônicas e do éon em que foram formados. No Arqueano, eles foram formados com uma crosta mais nova. No Proterozoico, havia magmatismo ocorrendo nos crátons, com fontes sedimentares estabelecidas e com pouca reciclagem da crosta. Isso permitiu a preservação de uma maior quantidade de sedimentos. Já no Fanerozoico, havia menor fluxo de calor do manto, tendo maior preservação de sedimentos e com muita influência das massas continentais.

A metamorfização dessas formações dão origem aos metabasaltos. Eles são conhecidos como: greenschist, whiteschist e blueschist.

Os depósitos minerais

Os depósitos minerais nas regiões dos cinturões de rochas verdes são inúmeros. Dentre eles, os depósitos de valor econômico interessantes são, principalmente, constituídos por lentes de sulfetos maciços. Os minerais nelas são pirita,  galena, calcopirita e esfalerita, no entanto, normalmente são associados com ouro, e prata. Também podem ocorrer importantes concentrações de sulfetos de cobre-níquel.

Greenstone Belt no Mundo

Devido a sua formação, os greenstones são encontrados em 5 dos 6 continentes. Na África, são encontrados na África do Sul, Zimbabwe, Burkina Faso, Angola, Madagascar, Tanzânia, Zimbabwe e também na República Democrática do Congo. Uma formação interessante é o greenstone belt de Barberton, na África do Sul. Nele foi encontrado ouro pela primeira vez no país. A região de Barberton é considerada uma das mais antigas do mundo, sendo o primeiro greenstone belt identificado, no qual há evidências de um impacto com um asteroide, conhecido como Bombardeio Pesado Tardio.

Na Europa, são encontrados na Rússia, Finlândia e Noruega. Na Ásia, são encontrados na Índia e no Sudeste Asiático, já na Oceania, são encontrados na Austrália. Nas Américas eles se encontram no Canadá, nos EUA, na Groenlândia, na Guiana e também Brasil. No entanto, as formações no Oeste da Austrália e  Canadá são duas das principais regiões produtoras de ouro do mundo.

Greenstone Belt no Brasil

Aqui no Brasil, é possível encontrar os cinturões de rochas verdes em alguns estados. Os mais representativos são:

  • Em Minas Gerais temos os greenstone belts Rio-das-Velhas, Serro, Rio Mata Cavalo, Pium-hi e Fortaleza de Minas;
  • Em Goiás: Crixás, Faina, Guarinos, assim como em Pilar de Goiás;
  • Na Bahia, temos os cinturões de Rio-Itapicuru, Mundo Novo, Riacho de Santana, Umburanas, Barreiro, Lagoa do Alegre e Rio Salitre.

Segundo o material sobre Extração de Ouro da Mineralis, também foram encontrados ambientes do tipo greenstone belt na província Carajás. Estudos estão sendo feitos no Cráton Amazônico e foram encontradas sequências como a do Amapá, o greenstone belt Vila Nova, onde se localiza a jazida de Salamangone. No Ceará também há o greenstone belt Serra das Pipocas, na Província Borborema.

Figura VII.4 – Mapa geológico simplificado do Cráton São Francisco. Fonte: Mapa Geológico do Brasil, 1:2.500.000, CPRM (Bizzi et al. 2001) com modificações.

Como essas formações influenciam na mineração brasileira?

Como dito no início do texto, os greenstone belts são responsáveis por depósitos de diferentes substâncias de alto interesse econômico. Além disso, as reservas do Brasil situadas em regiões de cinturão de rochas verdes somam quase 1.000 t de ouro, também segundo “Extração de Ouro” da Mineralis. Com isso, algumas empresas investem em pesquisa mineral nas regiões, como a CPRM, e assim abrem grandes empreendimentos. Também existem alguns garimpos nos locais.

Em Goiás, no município de Crixás, ocorre a extração de ouro por algumas empresas, entre elas AngloGold Ashanti e da Kinross Gold Corporation, na Mineração Serra Grande. Na região também há ocorrências de níquel sufetado.

Em Minas Gerais, existem muitas minas de ouro, como a Morro Velho, em Nova Lima, além da São Bento Mineração, em Santa Bárbara, a qual também é da AngloGold Ashanti. Em Pium-hí há depósitos de cromita e de níquel.

Na Bahia, no município de Barrocas, ocorre a extração de ouro e prata na Mineração Fazenda Brasileiro, pela empresa Yamana Gold. Em Brumado, também há um grande depósito de Magnesita, com reservas de 150 Mt.

No Pará, na Província de Carajás, os depósitos de minério de ferro também estão associados às sequências vulcanosedimentares da região. No estado também foram encontrados depósitos de cromita, no Complexo de Luanga.

Complexo Crixás. Imagem: Cleveland Mining Company / Divulgação

Autora: Mariana Bernardes

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