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A problemática dos rejeitos de rochas ornamentais

Pedreira Granito Azul-Bahia (Rocha ornamental).
 

As atividades relacionadas à extração e beneficiamento de rochas ornamentais promovem um grande crescimento econômico no país. Porém, elas têm um grande potencial de degradação ambiental devido aos resíduos sólidos gerados. A problemática dos resíduos que são, por vezes, destinados de forma errada, causam uma série de problemas de cunho social, ambiental e econômico. Dessa forma, é imprescindível a busca de alternativas para a mitigação desses impactos, seja por meio da reciclagem, da construção civil e da agricultura, com o objetivo de propor um desenvolvimento sustentável do setor.

No texto de hoje, falaremos sobre os principais resíduos gerados, os impactos causados e quais medidas podem ser adotadas para mitigá-los.

O que são rochas ornamentais?

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais (ABIROCHAS), as rochas ornamentais e de revestimento, compreendem os materiais geológicos naturais que podem ser extraídos em blocos ou placas, cortados em formas variadas e beneficiados por meio de esquadrejamento, polimento, lustro, etc. Seus principais campos de aplicação incluem tanto peças isoladas, como esculturas, tampos e pés de mesa, balcões, lápides e arte funerária em geral, quanto edificações, destacando-se, nesse caso, os revestimentos internos e externos de paredes, pisos, pilares, colunas, soleiras, entre outros.

Do ponto de vista comercial, as rochas ornamentais e de revestimento são basicamente subdivididas em granitos e mármores. Os granitos enquadram-se nas rochas silicáticas, enquanto os mármores, nas rochas carbonáticas. Alguns outros tipos litológicos, incluídos no campo das rochas ornamentais, são os quartzitos, serpentinitos, travertinos, calcários e ardósias.

Se quiser saber mais sobre os tipos de rochas ornamentais e sua caracterização tecnológica. Para saber mais sobre o panorama brasileiro de roupas ornamentais, leia aqui.

O que são rejeitos e estéreis?

No processo produtivo da mineração, a geração de resíduos sólidos é inevitável. Isso ocorre, pois a busca pelos melhores teores e nas especificações mais favoráveis promove uma seleção, gerando os resíduos. Nos resíduos da mineração, destaca-se a existência dos resíduos sólidos de extração (estéril) e do tratamento/beneficiamento (rejeitos).

Em resumo, o rejeito é a parte não aproveitável do mineral-minério, o que sobra do beneficiamento mineral. Enquanto o estéril é aquela parte que precisa ser retirada para a lavra do minério, que ademais não é destinada ao beneficiamento.

Resíduos de rochas ornamentais

Uso de fio diamantado para extração de rochas. Fonte: Atlascopco.
Uso de fio diamantado para extração de rochas ornamentais. Fonte: Atlascopco.

Primeiramente, um dos fatores de tamanha geração de resíduos é a falta de conhecimento detalhado do território de lavra. As pesquisas de exploração não são tão aprofundadas e o investimento em desenvolvimento tecnológico não é elevado, o que impede a realização de projetos mais eficientes em termos de aproveitamento dos minérios extraídos e, por consequência, a maior geração de resíduos.

Em segundo lugar, as atividades de extração e beneficiamento das rochas ornamentais se iniciam nas lavras, onde há a extração dos blocos. Estes são encaminhados para o beneficiamento nas serrarias que incluem a serragem dos blocos em chapas, o polimento das chapas e o corte em ladrilhos com dimensões comerciais. Em todas as etapas do processo há a geração de resíduos.

Principais etapas geradoras de resíduos de rochas ornamentais

Segundo pesquisa de Campos et al. (2009), 65 a 75% do material extraído corresponde aos resíduos gerados em todas as etapas do ciclo produtivo das rochas ornamentais. Além disso, o ciclo é definido em três etapas: lavra ou extração, beneficiamento primário e beneficiamento secundário ou final.

Na fase de lavra ou extração de rochas ornamentais esses rejeitos englobam blocos considerados fora das especificidades do mercado. Ainda assim, apresentam dimensões não regulares ou possuem defeitos, como fraturas e trincas; pedaços de blocos; fragmentos de rocha; e finos de rocha. Além dos rejeitos, existem também os estéreis, que representam os materiais gerados pela atividade de extração no decapeamento da mina, que não são aproveitáveis economicamente e geralmente ficam dispostos em pilhas.

Extração de rochas ornamentais, lavra de maciços. Fonte: ABIROCHAS (2010).
Extração de rochas ornamentais, lavra de maciços. Fonte: ABIROCHAS (2010).

Em princípio, o beneficiamento primário é entendido como o processo de obtenção de chapas com espessuras variadas em unidades industriais chamadas serrarias. Com isso, nessa parte do processo, gera-se “os casqueiros”, que são placas pequenas e irregulares consideradas descartáveis para as fases posteriores do beneficiamento.

Casqueiros. Fonte: RositoLuce
Casqueiros. Fonte: RositoLuce

Por conseguinte, o beneficiamento secundário consiste no corte e acabamento de peças, realizado nas marmorarias. De tal forma que, no corte do bloco, usa-se uma lama (polpa abrasiva) constituída de rocha moída e água para o tear de fios diamantados, e no caso do tear convencional, esta lama é acrescida de cal e granalha de aço.  Assim sendo, nessa etapa, o principal resíduo gerado é sob a forma de lama, constituído da lama abrasiva e do pó gerado pelo corte e polimento.

Impactos causados pelos resíduos

Impactos causados pela exploração de rochas ornamentais. Fonte: Rota da Bairrada.
Impactos causados pela exploração de rochas ornamentais. Fonte: Rota da Bairrada.

A grande quantidade de resíduos gerados é o maior problema do mercado de rochas.  Se parar para pensar que cerca de 30% de um bloco é reduzido a pó no processo de serragem, imagine a quantidade gerada em todo o processo.

Os rejeitos e estéreis, geralmente são dispostos em pilhas nas proximidades das frentes de lavra, ou são, de forma errônea, espalhados pelo empreendimento minerário. Para alocá-los em pilhas, ocupam-se grandes áreas, muitas vezes com necessidade de supressão de vegetação nativa. Ademais, quando esses rejeitos são dispostos de forma incorreta, ficam sujeitos a escorregamentos e carreamento de sedimento pelas águas pluviais para cursos d’água, acarretando em assoreamento, aumento da turbidez e de partículas em suspensão.

Resíduos alocados de maneira inadequada. Fonte: Ambientalis.
Resíduos alocados de maneira inadequada. Fonte: Ambientalis.

Além disso, a procura e ocupação de novas áreas para depósito dessas pilhas contribui para a degradação ambiental, impedindo o aproveitamento dessas áreas para fins como agricultura, pecuária, e restauração florestal.

Reaproveitamento dos resíduos de rochas ornamentais

A redução e o reaproveitamento dos resíduos industriais gerados durante o processo de exploração e beneficiamento é um dos grandes desafios para mitigar os impactos ambientais. Várias pesquisas visam estudar possibilidades de aproveitamento desse resíduo em aplicações industriais, principalmente na indústria da construção civil.

Por que reaproveitar os resíduos?

Reaproveitamento de resíduos de rochas ornamentais. Fonte: Insight.
Reaproveitamento de resíduos de rochas ornamentais. Fonte: Insight.

O reaproveitamento dos resíduos é uma solução no mundo moderno, onde os recursos estão se exaurindo e ficando mais cada vez mais difíceis de se encontrar e processar, devidos às suas propriedades. Considerando a indústria de beneficiamento de rochas ornamentais com a geradora de um produto de grande importância no contexto econômico, social e ambiental do Brasil, percebe-se a urgência na adoção de programas e políticas de incentivo à prática do reaproveitamento e reciclagem dos resíduos. Acrescento que esse incentivo deve ser adotado de forma ampla, não apenas na área em questão.

É necessário tornar realidade os cenários desenhados por profissionais e pesquisadores da área, que indicam várias possibilidades de uso e reciclagem desses resíduos. Dessa forma, a indústria de rochas ornamentais poderá almejar a continuidade de seu crescimento baseado nos conceitos de sustentabilidade e inserido num ciclo ecológico econômico coerente com os novos tempos.

 

Autor(a): Thaís Fonseca

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