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Mineração em Pequena Escala

Mineração em pequena escala do ouro
 

Segundo a ANM, o porte de uma mina é determinado pela sua produção bruta anual. Diferente da mineração de recursos minerais não metálicos, em que predominam os pequenos e médios empreendimentos, no setor dos minerais metálicos, as grandes empresas correspondem pela maior parte da produção nacional. Mas ainda assim, a mineração em pequena escala representa cerca de 73% das empresas mineradoras no Brasil. Isso corresponde a 25% do total de empregos formais na atividade mineral. E os principais produtos dela são:

  • Argila
  • Agregados minerais
  • Calcário
  • Gemas
  • Diatomita
  • Dolomita
  • Feldspato
  • Mica
  • Magnesita
  • Pirofilita
  • Silex
  • Rochas ornamentais e de revestimento

 

O que é a mineração em pequena escala?

Visão conceitual da mineração em micro, pequena e média escala, e mineração artesanal.
Visão conceitual da mineração em micro, pequena e média escala, e mineração artesanal. Fonte: NAP.Mineração/USP (2017)

 

A ANM usa do critério produção mineral anual para definir o porte de uma mina, sendo:

  • Grande: maior que 1 milhão t/ano
  • Média: de 100 mil a 1 milhão t/ano
  • Pequena: de 10 a 100 mil t/ano
  • Micro: abaixo de 10 mil t/ano

 

O universo da Mineração em Pequena Escala (MPE) abrange a micro, pequena e média mineração, além da mineração artesanal. A mineração em pequena escala tem grande importância na produção de bens minerais industriais e na geração de empregos imediatos. Dessa forma, ela é responsável pelo desenvolvimento local e regional e desconcentração de renda no país. Além disso, contribui também para a fixação do homem em suas regiões de origem.

 

Entretanto, a falta de sofisticação tecnológica e a limitação de recursos faz com que a recuperação dos recursos seja muito baixa. Isso resulta em um menor retorno econômico e um alto impacto ambiental. Consequentemente, os depósitos explorados pela MPE são, principalmente, depósitos secundários. Neles, a lavra é mais acessível e pode ser desenvolvida por equipamentos não especializados. Esse aspecto é relevante para a extração de ouro, cassiterita e columbita-tantalita. Além disso, a estrutura organizacional das operações da MPE é caracterizada por mão de obra de conhecimentos técnicos e gerenciais limitados.

Confira aqui o Guia de Mineração Artesanal e Pequena Escala (MAPE).

 

A mineração artesanal

A mineração artesanal é caracterizada pelo uso de tecnologia tradicional e ineficiente e por mão de obra pouco qualificada. Em geral, é praticada em unidades independentes, sem títulos ou licenças, seguido de um modelo de negócios familiar ou de subsistência.

 

Esse tipo de mineração tem grande sobreposição com operações de micro e pequena mineração. Mas também há exceções em que a mineração de porte médio e até algumas poucas de grande porte operam de forma artesanal.

 

No Brasil, a mineração artesanal formal, informal ou até legal, é comumente chamada de garimpo, quando associada a extração de ouro, diamante e demais gemas. No entanto, é importante lembrar que esse termo adquiriu uma definição legal a partir da criação do regime de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG) – Lei nº 7.805/1989. E, também, do Estatuto do Garimpeiro – Lei nº 11.685/2008. Segundo essas leis, o garimpo é caracterizado pela substância mineral produzida, a partir de minérios secundários (aluvião, colúvio) e pela não obrigatoriedade da existência de uma fase de pesquisa mineral anterior à lavra.

 

Histórico da mineração em pequena escala

Brasil colônia

Primeiramente, a mineração em pequena escala no Brasil começou em 1560, com a descoberta da primeira ocorrência de ouro, por Brás Cuba. A primeira das jazidas ficava na Capitania de São Vicente, próximo a atual cidade de São Paulo. Em 1618, a fim de incentivar a procura pelo ouro no interior do país, foi elaborado o regimento das minas de São Paulo e São Vicente, estabelecendo liberdade de exploração aos índios e estrangeiros. Isso deu início às expedições chamadas entradas e bandeiras, que vasculhavam o interior em busca de metais valiosos e pedras preciosas. O ciclo do ouro começa em 1690 em, principalmente, Minas Gerais. Mas também em Mato Grosso e São Paulo.

 

Em segundo lugar, a descoberta de diamantes se deu em 1729, no Tejuco, atual Diamantina. A partir de então, a produção de diamantes rendeu contratos da Coroa Portuguesa a particulares, com exclusividade de compra das gemas. No período dos contratos (1940 – 1771) foi estabelecida a ‘Demarcação Diamantina’, uma grande área onde não era permitida a mineração do ouro. Em 1972, foi criada a ‘Real Extracção de Diamantes do Brasil’, monopólio da Coroa Portuguesa que durou por 50 anos, até a Independência. A ascensão do ouro teve diversos motivos: quebra do monopólio estatal; descoberta de novas jazidas; liberação de jazidas preservadas pelo governo; garimpos em aluviões; elevado preço internacional. MG e GO, a partir do século XVIII, e BA no século seguinte foram as regiões produtoras de diamantes de maior importância.

Pintura de extração diamantes, Carlos Julião (1770)
Extração de diamantes, Carlos Julião (1770)

 

Brasil colônia ao Império

Nesse período, houve a crescente necessidade de utensílios de ferro, como alavancas, almocrafes, cavadeiras etc para as tropas de mulas. Além de todo instrumental da escravidão, correntes, grilhões e instrumentos de punição. A coroa cobrava impostos muito altos de ferreiros e ourives para que a Colônia não obtivesse autossuficiência. A partir de 1800, o ferro apoiava a produção de ouro, utilizando de pequenos fornos suecos.

 

Do Império à República

Após a independência, o Brasil abre as minas à iniciativa privada. Com isso, o capital inglês chega ao país junto com uma avançada tecnologia à época de sete grandes companhias que se instalaram em Minas Gerais. Foi nessa época que as minas da Passagem, em Mariana e do Morro Velho, em Nova Lima, começaram a operar. O perfil da mineração brasileira começava a mudar com empreendimentos de alta tecnologia e capital. Entretanto, sem deixar de existir a mineração em pequena escala.

 

Da proclamação da República até hoje

Durante a colônia, prevaleceu o sistema regaliano (jazidas e minas pertenciam ao Rei de Portugal). Enquanto que no Império, foi adotado o sistema dominal (minas e jazidas pertenciam à nação). Com a República, veio o regime de acessão (jazidas e minas pertenciam ao superficiário). E, posteriormente, com o Código de 1934, instituiu-se o regime de res nullios (a ninguém pertence).

 

Em 1998, estabeleceu-se que o subsolo pertence à União Federal, a quem compete conceder as autorizações e concessões ao seu aproveitamento.

 

Participação do setor

Distribuição por porte de empresas de mineração em atividade no país
Distribuição por porte de empresas de mineração em atividade no país. Fonte: DNPM

Como dito anteriormente, a MPE corresponde a cerca de 73% das empresas mineradoras no Brasil, produzindo 25% dos empregos formais. Se formos considerar os empregos informais, esse número pode chegar a 40%. A MPE de substâncias metálicas oferece mais de 21mil empregos diretos em regiões fora dos grandes centros urbanos.

 

Minas de pequena escala distribuídas por regiões
Minas de pequena escala distribuídas por regiões. Fonte: DNPM

 

Programa Nacional de Fortalecimento da Mineração de Pequeno Porte (Pronamp)

O Projeto de Lei 2195/15, aprovado pela Comissão de Minas e Energia, cria o Pronamp com objetivo de estimular o desenvolvimento da mineração com mais inclusão social. O programa é aberto a mineradores individuais, que desenvolvam seu trabalho como pessoas físicas, ou pequenas empresas de caráter familiar.

 

A importância do programa vem da necessidade de criar um fundo de apoio a esses mineradores, visto que eles não possuem grandes fontes de financiamento. Sendo assim, muitas vezes eles desistem do ramo e transferem seus direitos a empresas de grande porte. Isso torna o setor cada vez mais concentrado. Além disso, o trabalho em conjunto é fundamental para atingir um grau cada vez mais elevado na produção de bens minerais com maior respeito ao meio ambiente.

 

Autor: João Vítor Lasmar

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