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Os Folhelhos de Burgess e sua importância para a Ciência

 

Os Folhelhos são rochas sedimentares detríticas, formadas pela acumulação, diagênese de sedimentos degradados e decomposição de rochas na superfície terrestre. Geralmente, apresentam grande quantidade de matéria orgânica e fósseis, como é o caso do Folhelho de Burgess, onde se encontram fósseis dos primeiros ecossistemas marinhos do planeta.  

Quer saber mais sobre os Folhelhos de Burgess? Continue a leitura desse texto!

Folhelhos de Burgess

Dentre os diversos lugares onde se encontram os Folhelhos, um em particular se destaca: o Parque Nacional de Yoho (Canadá). No alto das montanhas rochosas, foi descoberto pelo paleontólogo americano Charles Doolittle Walcott os Folhelhos de Burgess. Esses folhelhos e toda a vasta área das Montanhas Rochosas canadenses fazem parte do Patrimônio Mundial da UNESCO e são reconhecidos como uma das áreas fósseis mais significativas do mundo.

 Folhelho de Burgess.
Folhelho de Burgess. Fonte: The Burgess Shale Geoscience Foundation.

Os fósseis, ou seja, restos ou vestígios de animais e vegetais que foram preservados nos folhelhos dessa região são um importante registro de um dos primeiros ecossistemas marinhos do planeta. Estudos indicam que os seres vivos encontrados em Burgess são posteriores a um importante evento geológico: a explosão Cambriana, que ocorreu há cerca de 530 milhões de anos atrás. Há muito tempo, não é? Os corpos fossilizados encontrados nesse local são considerados como o primeiro florescimento dessa explosão. É incrível como esse lugar consegue retratar um panorama do início da vida moderna em toda a sua plenitude!

Diversas hipóteses indicam que os fósseis dessa localidade se desenvolveram em uma variedade de tamanhos e formas a partir de formas de vida pré-cambrianas muito mais simples. Assim, podendo representar os instantes iniciais da complexidade dos sistemas de vida em evolução.

Muitos deles parecem ser os primeiros ancestrais de formas superiores, desde algas até aos cordados; enquanto outros parecem não ter relação com nenhuma forma viva e seu desaparecimento posterior apresenta um mistério intrigante para a ciência.

A origem da Fauna do Folhelho de Burgess

O método mais convencional que explica o surgimento dos organismos de Burgess é chamado de Enchimento do Barril Ecológico. De acordo com a teoria darwiniana convencional, o ambiente regula e controla as alterações evolutivas e a modificação evolutiva é produzida por forças de seleção natural provenientes tanto das condições físicas quanto das interações com outros organismos em relação ao ambiente externo. 

A explosão Cambriana é considerada como o primeiro enchimento do barril ecológico da vida multicelular dessa região, uma vez que ocorreram diversas oportunidades para que as mais variadas formas de vida pudessem se desenvolver. A pouca competição por sobrevivência entre os organismos que começavam a habitar a terra também contribuiu para a proliferação da vida. 

Fauna de Burgess
Reconstituição da fauna do Folhelho de Burgess. Autor: Charles R. Knight.

Folhelho de Burgess e as Teorias Evolucionistas

De início, Walcott interpretou de maneira equivocada os fósseis de Burgess, uma vez que os agrupou em sua totalidade em grupos modernos, considerando que eles eram apenas versões primitivas ou ancestrais de formas posteriores mais aperfeiçoadas.

Porém, em 1971, o paleontólogo britânico Harry Whittington propôs uma nova interpretação para toda a história da vida, afetando as teorias propostas por Walcott acerca de Burgess. Ele demonstrou que a maioria dos organismos dessa região não pertencem a grupos conhecidos e que esse provavelmente excedem, em diversidade anatômica, todo o espectro da fauna de invertebrados existentes nos oceanos modernos.

Geologia e os Organismos encontrados no Folhelho de Burgess

Estudos feitos recentemente indicam que a geologia dessa área de Montanhas Rochosas favorece a formação do sedimento que conseguiu preservar a fauna de Burgess.

Provavelmente, os animais viviam sobre bancos de lama formados na base de um grande paredão maciço, conhecido como Talude Catedral – um recife composto por basicamente algas calcárias, pois os corais formadores de recifes ainda não tinham evoluído. 

Localidades com águas rasas, bem iluminadas e arejadas, normalmente, abrigam uma alta diversidade de faunas marinhas. Porém, esses fatores promovem uma rápida atuação de animais que se alimentam de cadáveres e dos processos de decomposição. Logo, o caráter desse ambiente não deveria conseguir preservar organismos de corpo mole.

Sendo assim, os animais que possuíam corpo mole só podem ter sido preservados caso fossem deslocados para outro lugar. Hipóteses indicam que os bancos de lama acumulados sobre as paredes do talude tenham se tornado espessos e instáveis, com pequenos tremores de terra contribuíram para seu transporte. Foram agregadas porções de lama talude abaixo, onde se depositaram em pequenas depressões desprovidas de oxigênio que preservaram os organismos de Burgess.

Fósseis no Folhelho de Burgess
Fósseis encontrados no Folhelho de Burgess. Fonte: The Burgess Shale Geoscience Foundation, por Jean-Bernard Caron.

A maneira exata na qual os fósseis de Burgess estão distribuídos comprovam que esses foram preservados graças a um deslizamento de lama. Ademais, outras características dos fósseis indicam essa mesma conclusão: poucas espécies apresentam sinais de deterioração, sugerindo um rápido soterramento. Nenhum rastro, pista ou qualquer outro vestígio de atividade orgânica foi encontrado nos leitos de Burgess, indicando assim que os animais morreram e foram soterrados pela lama tão logo chegaram ao local em que foram fossilizados.

Conclusão

Em síntese, pode-se concluir que os Folhelhos de Burgess contribuem significativamente para o entendimento de ecossistemas marinhos que viveram no planeta a aproximadamente 530 milhões de anos atrás. 

Além disso, contribuem para o estudo das partes moles das estruturas desses organismos preservados nos folhelhos, auxiliando na busca de respostas acerca de como era a vida primitiva na Terra.

Autor(a): Maria Fernanda Magalhães.

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